Depois de 33 rodadas, momentos de oscilação e alguns sustos, o Fortaleza atingiu a zona de conforto no Campeonato Brasileiro. Com a vitória por 3 a 0 sobre o CSA, no último domingo, o Tricolor chegou aos 42 pontos e encaminhou sua permanência na Série A para o ano que vem. Os números favoráveis apontam que, atualmente, o foco do Leão já passa a ser outro: a busca por vaga na Copa Sul-Americana.
De acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialista em estatísticas futebolísticas, a probabilidade de rebaixamento do Fortaleza é de somente 0,12%.
A porcentagem é baixa não somente pela pontuação que o Tricolor alcançou agora - com sete pontos de vantagem sobre o primeiro time da zona de rebaixamento - mas também pelo fato de que o CSA está em situação bem complicada, juntando-se à Chapecoense e Avaí como virtuais rebaixados, restando assim, somente uma vaga em aberto.
Outro detalhe considerado é a tabela de cada time, levando em conta os confrontos diretos que terão entre si. Com isso, é muito remota a chance de que o Tricolor ainda fique entre os quatro rebaixados.
Aliás, qualquer possibilidade disso acontecer poderá ser dizimada com mais um triunfo. Se vencer um dos próximos cinco jogos, o Fortaleza chega aos 45 pontos, considerado o "número mágico" que garante a permanência na Primeira Divisão.
Já a chance de conseguir a classificação para a competição internacional não só é possível como também é altamente provável. De acordo com os matemáticos da UFMG, a probabilidade disso é de 85,6%.
Os resultados não acontecem por acaso. Pelo contrário, premia o time que tem crescido no momento certo. Mostrando maturidade e com muitos méritos, o Tricolor está entre as melhores campanhas do returno do Brasileirão. Ao todo, o Leão do Pici detém o 8º melhor desempenho do segundo turno da Série A. Em 14 jogos, foram seis vitórias, dois empates e seis derrotas, com 47,6% de aproveitamento.
Ataque
Um dos trunfos da equipe é o bom rendimento ofensivo. Foram 20 gols marcados (com média de 1,4), que colocam o time com o 5º melhor ataque na segunda metade da competição, atrás somente de Flamengo (31), Grêmio (28), Palmeiras (22) e Athletico-PR (21), todos times que estão brigando pelas primeiras colocações. Os números evidenciam que o Fortaleza, apesar de ter passado por momentos de oscilação dentro da Série A, mostra competitividade e efetividade para crescer na hora certa nos diversos aspectos.
Além de estar muito bem coletivamente, também possui destaques individuais que têm feito a diferença, como o atacante Wellington Paulista, artilheiro do time na Série A, com 13 gols; Juan Quintero, consolidado como pilar defensivo; Juninho, se destacando na "volância" com assistências e gols, além de Romarinho, principal jogador da equipe na competição e ponto de desequilíbrio em momentos decisivos.
Apesar do momento, o técnico Rogério Ceni prega cautela e não se empolga.
"Temos ainda mais três semanas pra trabalhar, uma semana cheia, e o trabalho só é entregue dia 8 de dezembro com o máximo de números possíveis. Tem jogos contra Inter e Santos, extremamente difíceis, e depois Goiás e Fluminense, fora de casa, e fechamos com o Bahia, em casa. E aí depende qual o sonho de cada um. Se é simplesmente entregar a pontuação e sair de férias antes do dia oito ou se é fazer até o fim esse time tentar chegar no máximo de pontos possíveis e ver aonde que dá pra gente chegar", destacou o treinador do Leão.
DN
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