O ministério da Saúde informou hoje que os casos confirmados do novo coronavírus no país subiram de 904 para 1.145. Também foram contabilizadas 18 mortes por conta da covid-19, doença desencadeada a partir da presença do vírus no organismo.
Os números, apesar de oficiais, não refletem a realidade dos casos no Brasil, principalmente por conta da escassez de testes que podem verificar a presença do vírus. Outro fator são os pacientes assintomáticos, que não conseguem saber se estão ou não contaminados, dificultando a contabilização.
No país, com as 18 vítimas confirmadas pelo ministério, a taxa de mortalidade do novo coronavírus está em 1,8%.
Segundo o ministério, em 30 dias 5 milhões de testes rápidos serão distribuídos para todo o país. "Isso vai aumentar muito a velocidade de diagnóstico em todo o Brasil", disse hoje João Gabbardo dos Reis, secretário executivo do ministério da Saúde.
"Vamos tentar fazer um pouco como a Coreia [do Sul] fez, como Cingapura fez, aumentando bastante a testagem e, com isso, inclusive a mortalidade deve cair", afirmou Gabbardo.
O próprio ministério admite que há muitos casos que não estão sendo notificados. "80% dos casos são assintomáticos, é claro que a gente não tem como saber, por isso que as medidas de isolamento são importantes", completou o secretário executivo.
Ontem, uma portaria do ministério declarou que o Brasil inteiro possui transmissão sustentada —quando não há identificação da origem do vírus.
Até a última quinta, a pasta argumentava que esse tipo de contaminação estava presente apenas nos estados de São Paulo e Pernambuco, no interior de Santa Catarina, e nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
O estado de São Paulo continua liderando a lista das unidades federativas com mais contaminados. São 459 casos confirmados e 15 mortes. O Rio de Janeiro vem em seguida, com 119 casos. A região Sudeste representa 56,9% de todos os casos. Até o momento, todos os estados da federação apresentam casos confirmados, à exceção de Roraima.
Wanderson Kleber de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde, afirmou que os casos de coronavírus no Brasil ainda estão concentrados nas grandes cidades.
"A maioria absoluta dos casos está em municípios com mais de 500 mil habitantes. Ainda temos uma epidemia concentrada nos grandes centros, daí a importância das medidas que estão sendo adotadas pelos gestores das cidades e os cuidados que estamos tendo com os grandes centros", disse Oliveira.
Pela terceira vez o ministério deixou de divulgar os casos suspeitos de contaminação pela covid-19. Gabbardo dos Reis afirmou que a decisão de não divulgar esses números está relacionada ao fato de o país estar em meio à transmissão sustentada.
"Nós estamos numa situação em que já está caracterizada a transmissão comunitária. Com essa transmissão, qualquer um de nós pode ser um caso suspeito. Qualquer cidadão brasileiro que apresente síndrome gripal, é um caso suspeito. Não existe mais correlação com países, ou ter contato com algum caso confirmado", disse o secretário do ministério.
Nas próximas coletivas, diz o ministério, serão informados, além dos casos confirmados e das mortes, o número de leitos em cada município e total dos estados; o número de pacientes internados e em unidades de tratamento intensivo e dados de assistência relacionados ao novo coronavírus.
Questionado sobre parcerias com outros países, em específico a China, para conter o novo coronavírus, Gabbardo afirmou que o Brasil está "fazendo solicitação para vários países e respondendo aos países que solicitam alguma ajuda do Brasil".
"Nós vamos fazer uma parceria com a Itália, vamos fazer o que a Itália está nos pedindo e esperamos que eles possam reduzir seus casos e atender o Brasil mais adiante, quando nós estaremos provavelmente em uma situação mais grave. Se pudermos ajudar alguém, esse alguém vai nos ajudar depois", disse o secretário.
Hoje, o país europeu registrou um novo recorde de mortes em 24 horas, com 793 vítimas do novo coronavírus. O número de mortes desde o início da pandemia chegou a 4.825, segundo dados da Proteção Civil.
As autoridades italianas também anunciaram o registro de 6.557 novos casos de coronavírus só neste sábado, outro recorde quebrado pelo país.
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