Ações contra crimes eleitorais iniciam última semana de campanha

Por Redação DN 09/11/2020 - 23:47 hs

A menos de uma semana para as eleições, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Ceará (MPCE) realizaram ações de combate a crimes eleitorais em, pelo menos, três cidades cearenses. Um homem foi detido em Barbalha e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Pacujá e Campo Sales. A compra de votos, por exemplo, é um dos principais crimes fiscalizados na véspera do pleito.

Conforme o promotor de Justiça Emmanuel Girão, coordenador do Centro de Apoio Operacional Eleitoral (Caopel) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o crime de corrupção eleitoral, onde se enquadra a captação ilícita de sufrágio, costuma ocorrer em diversas fases do processo eleitoral. 

“É mais comum realmente quando a eleição se aproxima, porque os candidatos ficam receosos de que, se comprarem com muita antecedência, o eleitor pode vender o voto para outra pessoa”, disse. Portanto, segundo ele, o Ministério Público fica mais atento na reta final para combater esse tipo de ilícito. 

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MPE deflagra ‘Operação Sufrágio II’ contra candidatos ao pleito municipal de Pacujá

O Ministério Público Eleitoral deflagrou nesta segunda-feira (9) a “Operação Sufrágio II”, a qual realiza buscas e apreensões nas residências de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador do município de Pacujá. O MPE apura a ocorrência dos crimes de retenção de título contra a vontade de eleitor, corrupção ativa, descumprimento de normas sanitárias e organização […]

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No domingo (8), o próprio Ministério Público Eleitoral (MPE) deflagrou a Operação Sufrágio II, no município de Pacujá, a 309 km de Fortaleza. A ação é parte de investigação que tramita na Promotoria Eleitoral da 79ª Zona e tinha como objetivo fazer buscas e apreensões no endereço de seis pessoas.

Em outubro, na mesma apuração, o MPE deflagrou a Operação Mensalinho, com suspeita sobre o pagamento de propina pelo Poder Executivo para vereadores da Câmara Municipal de Pacujá. À época, foram encontrados cadernos com listas de nomes de eleitores, dinheiro em espécie e vales-combustível. Entre os novos alvos, estão candidatos a prefeito e vereadores do Município, além de apoiadores, segundo o MPE. 

De acordo com o órgão, o grupo montou um esquema de compra de votos em troca de benefícios para os eleitores, como a compra de passagens aéreas, entrega de materiais de construção, depósito de valores, entrega de dinheiro em espécie e pagamentos de exames médicos. 

Conforme Emmanuel Girão, a corrupção eleitoral é difícil de ser investigada. “Se caracteriza quando um lado dá, oferece ou promete uma vantagem ou quando outro lado solicita ou recebe, seja para si, seja para outra pessoa”. 

O crime está previsto no artigo 299 do Código Eleitoral e pode ser tanto corrupção ativa (quem oferece) quanto passiva (quem solicita), com previsão de até 4 anos de prisão. 

Barbalha

Em Barbalha, um homem foi preso por suspeita de compra de voto. Ele foi detido em flagrante e levado para prestar esclarecimentos à Polícia Federal, já que seria suposto crime eleitoral. Com o suspeito, os PMs encontraram dinheiro, santinhos de candidatos a prefeito e vereador e anotações. 

Em um caderno, havia informações sobre eleitores, inclusive sobre renda, estrutura da moradia e enfermidades de membros da família. Para cada pessoa listada, as anotações indicavam materiais de construções que deveria ser entregues a cada um. 

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Ação contra crime eleitoral em Barbalha teve um homem detido, segundo Polícia Federal

A Polícia Federal informou na noite desta segunda-feira (9) que a operação em Barbalha contra crimes eleitorais resultou na detenção de um homem. Ele estava com dinheiro e santinhos de candidatos no momento da abordagem. O homem detido foi liberado após esclarecimentos. Anteriormente, a Delegacia de Barbalha havia informado a prisão de três homens.

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De acordo com Girão, a compra de votos envolve vários tipos de benefícios, como cestas básicas, pagamento de dívidas, entrega de dinheiro ou de material de construção, distribuição de dentaduras e marcação de consultas médicas, por exemplo. “Além do crime, essa conduta configura ilícito eleitoral. No crime, responde o candidato e o eleitor. No ilícito, o alvo é o candidato, que pode ter o registro ou o diploma cassado e se tornar inelegível”, explica. 

Falsidade ideológica 

Já em Campos Sales, agente da Polícia Federal cumpriram três mandados de busca e apreensão. Entre os crimes investigados, estão falsidade ideológica eleitoral (art. 350 Código Eleitoral) e falsificação de documento público (art. 297 do código Penal). A apuração aponta ainda falsificação de documentos para o registro de candidaturas. 

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Polícia Federal cumpre mandados de busca em Campos Sales para apurar crimes eleitorais

Agentes da Polícia Federal deflagraram operação, na manhã desta segunda-feira (9), para apurar crimes de falsidade ideológica eleitoral (art. 350 Código Eleitoral) e falsificação de documento público (art. 297 do código Penal) no município de Campos Sales. Ao todo, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em investigação na reta final da campanha.

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Seja por compra de voto, seja outros crimes semelhantes, o coordenador do Caopel recomenda que os casos sejam denunciados ao Ministério Público. Caso haja a possibilidade de flagrante, a Polícia Federal pode ser acionada. 

DN