Ceará prevê adquirir 5,87 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, anuncia Camilo Santana
O governador Camilo Santana (PT) reuniu-se virtualmente, neste domingo (14), com representantes do Fundo Soberano Russo para tratar sobre a compra da vacina russa Sputnik V pelo Ceará. De acordo com ele, há previsão de o Estado adquirir 5,87 milhões de doses do imunizante.
Também segundo o chefe do Executivo estadual, o Governo espera assinar contrato com o Fundo Soberano Russo no começo da semana.
A negociação faz parte do acordo feito pelo Consórcio Nordeste, grupo formado pelos noves estados da região, que fechou, na sexta-feira (12), "compra firme" de 37 milhões de doses da Sputnik V, que é feita pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.
Distribuição
Para o jornal O Globo, o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Wellington Dias (PT), explicou que não há tempo viável para a entrega das doses neste mês.
Desta forma, a distribuição dos primeiros 2 milhões de imunobiológicos acontecerá em abril, seguida por 5 milhões em maio e assim por diante, até julho, data em que a transferência do lote comprado pelos nove estados é encerrada.
Preço menor
Em entrevista à CNN Brasil, Wellington Dias pontuou que o Consórcio Nordeste pagará um preço menor pela Sputnik V do que o Ministério da Saúde.
Conforme o gestor, enquanto o grupo formado pelos governadores da região desembolsarão US$ 9,95 por cada dose, a pasta terá que investir US$ 13, adquirindo somente 10 milhões. A vantagem acontece porque as negociações foram realizadas desde 2020, o que barateou o custo.
"Em agosto do ano passado, o presidente do Consórcio na época, Rui Costa (PT), governador da Bahia, teve iniciativa de fazer um memorando de compra para 50 milhões de doses. Mas esbarramos na legislação, que não permitia compra que não fosse pelo Ministério da Saúde. Ficamos aguardando alterações. Agora tivemos a decisão do Lewandowski (ministro do STF) e foi sancionada lei que permite compra descentralizada", destacou.
Sem autorização da Anvisa
A Sputnik V já está sendo aplicada em outros países da América do Sul, como na Argentina, mas ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada no Brasil. De acordo com a pasta, o pagamento só será feito depois que a instituição certificar a vacina.
Também na sexta-feira (12), a Anvisa informou que ainda aguarda dados de segurança e eficácia do imunizante, além do pedido da União Química, que fará a exportação, para começar a análise de uso da Sputnik V, que tem eficácia de 91,6%, segundo um artigo publicado pela revista científica The Lancet.
A União Química também planeja produzir doses da vacina no Brasil, mas ainda não há certificação de sua fábrica para isso. No total, a ideia da empresa é entregar 150 milhões de unidades no ano.
O Ministério da Saúde explicou que avaliará nas próximas semanas se fecha novo contrato com a farmacêutica para compra das doses que devem ser produzidas no Brasil.
DN
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