Foi retirado um litro de líquido do estômago, diz Eduardo sobre Bolsonaro
Filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou na manhã desta quinta-feira (15), em seu canal no Telegram, um vídeo em que comenta o estado de saúde do pai e diz torcer para que uma cirurgia não seja necessária.
Bolsonaro está internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde a noite de quarta (14), onde passa por uma bateria de exames para avaliar a necessidade de uma cirurgia para desobstruir o intestino. Há previsão de que o hospital divulgue uma atualização sobre o estado de Bolsonaro no fim da manhã.
Segundo Eduardo, Bolsonaro tem no hospital a companhia do filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro pelo Republicanos, e da mulher, Michelle Bolsonaro.
O deputado afirmou haver uma dobra ou aderência no intestino de Bolsonaro que impede a passagem de alimentos. Ele explicou que o entupimento causou acúmulo de líquido no estômago, o que gerou dores abdominais ao presidente. "Foi retirado um litro de líquido do estômago", disse.
Na madrugada de quarta, Bolsonaro foi ao Hospital das Forças Armadas, em Brasília, de onde foi transferido por orientação do médico Antônio Luiz Macedo, responsável por cirurgias intestinais do presidente feitas devido à facada que Bolsonaro sofreu em 2018.
Eduardo afirmou haver esperança de que o bloqueio se desfaça naturalmente, sem a necessidade de nova cirurgia. Desde o atentado na campanha presidencial, Bolsonaro já foi submetido a algumas cirurgias.
O deputado informou ainda que Bolsonaro não poderá comparecer à motociata marcada pala sexta (16), em Manaus. O filho do presidente disse que ele estava "baqueado" na quarta, mas que Bolsonaro "não para de trabalhar, é workaholic, mas vai ter que dar um tempinho".
O último boletim médico, divulgado na noite de quarta, informa que Bolsonaro passará inicialmente por um “tratamento clínico conservador” para os problemas intestinais, sem a previsão de cirurgia de emergência.
Em nota à imprensa, o hospital afirmou que Bolsonaro foi submetido a avaliações clínica, laboratoriais e de imagem e que a equipe médica decidiu dar andamento a ações de tratamento que não envolvem, ao menos por ora, uma operação.
Segundo o comunicado, o presidente foi “diagnosticado com um quadro de suboclusão intestinal”, mais cedo, no Hospital das Forças Armadas, em Brasília.
“Após avaliações clínica, laboratoriais e de imagem realizadas, o presidente permanecerá internado inicialmente em tratamento clínico conservador”, afirmou o hospital.
A nota, assinada por Macedo e por mais quatro médicos responsáveis pelo tratamento do presidente, não informa quanto tempo vai durar a internação.
A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência havia informado que a transferência para São Paulo tinha como objetivo fazer “exames complementares para definição da necessidade, ou não, de uma cirurgia de emergência”.
Especialistas em aparelho digestivo ouvidos pela Folha dizem que o chamado tratamento conservador, que pode evitar uma cirurgia, envolve procedimentos terapêuticos como a colocação de sonda.
O tubo pode ser usado para retirar líquido acumulado na região, levando o intestino a desinchar. O inchaço pode ser consequência do surgimento de aderências (partes do órgão que ficam coladas).
Por ser extremamente delicada, a cirurgia só costuma ser recomendada pelos médicos depois de esgotadas todas as outras tentativas. Uma operação do tipo pode durar até seis horas, é complexa e embute riscos para o paciente.
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