Justiça solta homem suspeito de tentar matar médica dentro de hospital no Ceará
O suspeito de tentar matar uma médica no Hospital Nossa Senhora da Conceição, no bairro Conjunto Ceará, foi solto. O homem, identificado como Luiz Antonio de Sousa, foi detido após ameaçar a médica com uma faca de cozinha, mas, por decisão judicial, teve a liberdade restituída horas após o flagrante.
Conforme decisão proferida na 17ª Vara Criminal, Vara de Audiências de Custódia, "este Juízo não vislumbra, pelo menos neste momento, a presença de elementos concretos que evidenciem ameaça à ordem pública, à instrução criminal e à futura aplicação da lei penal a ensejar na conversão da prisã oem flagrante em preventiva".
A magistrada ordenou medidas cautelares para substituir a prisão. O suspeito deve ser monitorado por tornozeleira eletrônica durante seis meses, não retornar ao hospital onde aconteceu a agressão, comparecer mensalmente na sede da Central de Alternativas Penais, não se ausentar da comarca onde reside e ser imediatamente encaminhado ao Hospital de Saúde Mental de Messejana, "onde deverá ser avaliada a condição mental dele e disponibilizado o tratamento adequado".
"Penso que deve ser concedida liberdade provisória ao flagranteado, cumulada com outras medidas cautelares substitutivas da prisão, não havendo necessidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, conforme vejamos. A prisão cautelar é medida de exceção, devendo ser encarada restritivamente", justificou a magistrada.
ATAQUE NO HOSPITAL
A médica foi atacada pelo paciente no último dia 9 de junho. Testemunhas disseram que o homem chegou à unidade bastante agitado, afirmando estar com dor. Ainda na triagem, uma enfermeira tentou acalmá-lo e o encaminhou para o atendimento.
Ao entrar na sala, o suspeito atacou a médica com uma faca de cozinha. A profissional não ficou ferida e, após ser contido por um vigilante, a Polícia Militar foi acionada e o paciente levado por uma ambulância do Samu para um hospital de saúde mental.
Imagens gravadas em vídeo mostram como a sala ficou depois da luta corporal, com móveis bastante revirados e materiais de uso médico espalhados pelo chão.
Ainda de acordo com a decisão pela soltura, "o delito que ensejou a lavratura do presente auto, mesmo sendo digno de extrema reprovação, não é suficiente para justificar a imposição de medida tão gravosa como a segregação cautelar, pois o custodiado apresentou, nesta oportunidade, sérios sintomas de perturbação e instabilidade".
DN
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