Varejo diz que alíquota zero de importação vai fechar empresas e gerar desemprego no Brasil
O presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, disse que a isenção do imposto importação é prejudicial para o mercado nacional. Segundo ele, a desoneração pode gerar o fechamento de empresas e desemprego no País.
Nessa sexta (30), o Ministério da Fazenda zerou a alíquota do tributo para compras online de até US$ 50, desde que as empresas vendedoras entrem no programa Remessa Conforme, da Receita Federal, e recolham tributos estaduais. A medida entra em vigor partir de 1º de agosto.
Neste sábado (1º), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma reunião com representantes do setor, em São Paulo.
Conforme explicou o presidente do IDV, a entidade acompanha o assunto mais de perto há três anos e sente a necessidade de se afinar a tributação nessa esfera, algo justificado, sobretudo, com o aumento da demanda durante a pandemia de covid-19.
“O que nós viemos falar, nesse momento, é que essa redução que foi feita na portaria publicada nesta semana é muito prejudicial para o varejo, para a indústria e poderá levar a um forte desemprego, ao fechamento de lojas”, afirmou.
“Algo que não é visível de imediato, mas, da forma que está, pode levar a essas consequências muito ruins para o país, que precisa gerar emprego. Inclusive, a redução de tributos, de que o país está precisando tanto”, completou. Ele acrescentou a necessidade de valorização da indústria local e de ações para impedir as desvantagens fiscais.
“Temos toda a folha de pagamento, os tributos estaduais, federais, financeiros, que devem estar contemplados nessa alíquota. Foi estabelecido já uma alíquota estadual e precisamos trabalhar, essa foi a proposta com o ministro, a curtíssimo prazo, se possível, ainda antes de agosto, uma alíquota que dê isonomia na competição”, explicou.
A avaliação dos representantes do instituto é de que o encontro foi positivo e de que houve sinalização “de compreensão” por parte do governo. O conselheiro do IDV Sergio Zimerman reiterou a fala do presidente da organização, ressaltando o argumento que se persegue é a "isonomia de tratamento".
“O que a gente defende é a igualdade de tratamento. Se puder ser imposto baixo para todo mundo, maravilhoso, mas não faz sentido o imposto para quem gera empregos no Brasil ser mais alto do que quem vende fora do Brasil”, disse.
O ministro Haddad partiu após a reunião, sem falar com a imprensa.
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