Difícil como ganhar na Mega: qual a chance real de eleição ficar empatada?
As últimas pesquisas de intenção de voto para prefeito de São Paulo mostram três candidatos em empate técnico: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB).
Mas há chance de um empate matemático nas urnas? Ou seja, de cada um dos três receber exatamente a mesma quantidade de votos?
Isso é altamente improvável, explica o professor Moacyr Alvim, da Escola de Matemática Aplicada da FGV.
O cálculo do empate
A probabilidade de um empate exato entre os três candidatos é extremamente baixa. Segundo o professor Alvim, da FGV, a chance de Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal receberem exatamente a mesma quantidade de votos no primeiro turno é de aproximadamente uma em 7 milhões. Isso é equivalente a acertar na Mega Sena com um bilhete de 7 números.
Alvim partiu da premissa de que os três candidatos receberão 65% dos votos válidos, correspondendo a cerca de 6 milhões de votos divididos igualmente entre eles. Também parte da premissa "ousada" de que os candidatos foram igualmente convincentes entre o eleitorado —o que, na vida real, não acontece. Segundo o professor, o cenário é improvável.
Mesmo no segundo turno, um empate é altamente improvável. Se a disputa for para o segundo turno, a probabilidade de empate entre os dois candidatos finalistas aumenta, mas ainda é remota. "A chance de um empate no segundo turno é de uma em 3.000", calcula Moacyr Alvim. Isso, mais uma vez, imaginando um cenário hipotético de campanhas exatamente iguais. Qualquer pequeno viés a favor de um dos candidatos —como uma diferença de apenas 0,1% nas intenções de voto— "reduz drasticamente a possibilidade de empate para uma em 9 bilhões".
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