O temporal que atingiu a cidade de São Paulo na tarde de hoje (24) inundou ruas, alagou uma estação de metrô e deixou cerca de 126 mil imóveis sem energia. Um "alerta severo" foi enviado pela primeira vez pela Defesa Civil para a capital. Não há registro de mortes.

O que aconteceu

Em três horas, choveu metade do previsto para o mês todo. Foram 122 milímetros de chuva, disse o tenente Maxwell de Souza, porta-voz da Defesa Civil de São Paulo, ao UOL News, do Canal UOL. O montante corresponde a exatamente 47,42% dos 257,3 mm esperados para todo o mês de janeiro.

Bombeiros receberam 219 chamados para enchente e inundação. Houve 97 acionamentos para quedas de árvores, outros quatro para desmoronamento e mais três para queda de fiação elétrica no período das 15h30 e 18h50 na capital e região metropolitana, segundo a corporação. Não há informações de vítimas.

Havia 103.634 imóveis sem energia na capital paulista até as 19h30, segundo a Enel. Em toda a área de concessão da empresa no estado de São Paulo, há 121.225 imóveis sem fornecimento. O pico ocorreu por volta das 17h00, com 140.997 imóveis sem energia na capital e 179.667 no estado.

Vídeos circularam nas redes sociais mostrando ruas e avenidas alagadas em diferentes partes da cidade. As imagens mostravam carros arrastados pela enxurrada e pessoas ilhadas em cima de veículos. Usuários também publicaram gravações das avenidas Sumaré e Marquês de São Vicente, o viaduto Pompeia e o Beco do Batman, na zona oeste, alagados.

Toda a cidade e as marginais Tietê e Pinheiros ficaram em estado de atenção das 15h27 às 17h35. Perto das 18h, a cidade registrava chuva fraca e tinha dez pontos de alagamento ativos. Não há previsão de temporais nas próximas horas.

Capital tinha 1.012 quilômetros de congestionamento até às 17h46. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a região mais afetada é a zona leste com 271 quilômetros de lentidão, seguida pela zona oeste (233 km), norte (226 km), sul (174 km) e centro (108 km).

Temporal ocorreu na semana em que a cidade registrou o dia mais quente do ano. Na terça-feira (21), os termômetros chegaram a marcar 34,5º.

O temporal foi causado por uma combinação de calor e umidade ao longo da semana. Este cenário gera nuvens muito carregadas que despejam chuva intensa, informou a empresa de meteorologia MetSul.

Estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna, da linha 1-Azul do metrô, na zona norte, foi tomada pela água. Imagens também mostram uma cachoeira nas escadas rolantes que dão acesso à plataforma. A água também alcançou a metade das catracas. Fora da estação, registros flagraram carros boiando nas ruas alagadas do entorno.

Carros boiando no entorno da estação Jardim São Paulo/Ayrton Senna, na zona norte de São Paulo - Imagem: Reprodução/Redes Sociais

As estações Jardim São Paulo-Ayrton Senna e Tucuruvi foram isoladas às 15h55 por causa do alagamento. À noite, o Metrô informou que o trecho, que também compreende a estação Parada Inglesa, estará fechado até o fim da operação comercial, às 00h, para manutenção. O trajeto será atendido pelo sistema Paese, que disponibiliza ônibus gratuitos em emergências.