Idoso de 70 anos morre após ser atacado por abelhas no interior de SP
Um idoso de 70 anos morreu na madrugada desta quarta-feira (13), quase três dias após ter sido picado por abelhas no bairro Jardim Adelino Simioni, em Ribeirão Preto, no interior de SP.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o ataque do enxame ocorreu por volta das 13h30 do último domingo (10), na Rua Benedito José Giannasi, enquanto Lúcio Mário Ramos Garcia ia até um mercado local comprar ovos. No percurso, o homem chegou a sentar em um banco próximo a uma linha de trem abandonada da cidade e foi atacado.
Vizinha da família, a dona de casa Zélia das Graças Matheus Muniz, 66, afirmou que muitas pessoas próximas ao local prestaram ajuda. Ela, com idade avançada, se protegeu e procurou entender o que estava ocorrendo. "Eu presenciei de longe, então não tinha como fazer muita coisa. Tinha muita abelha pelo local", lembra, afirmando ainda que o resgate demorou a chegar na rua.
A enteada da vítima, Priscila Ferreira de Jesus, 32, contou à reportagem que a mãe, Sandra Maria Ferreira, está completamente abalada com o que ocorreu ao marido. "Quando nós chegamos no Hospital das Clínicas, a junta médica já nos avisou que o estado dele era muito grave. Eles contaram que, quando a roupa foi tirada, a sala ficou cheia de abelhas. Era dez horas da noite e eles estavam tirando os ferrões das costas dele ainda".
De acordo com Priscila, o problema de enxames na região foi notificado à Prefeitura de Ribeirão Preto, há mais de três anos, pelos moradores do bairro Jardim Adelino Simioni. "Precisou uma pessoa vir a óbito, para que a Prefeitura tomasse uma providência. E não é só ali onde meu padrasto morreu que tem foco de abelha", denuncia.
A bióloga, professora do Centro Universitário Barão de Mauá (CBM) e doutora em ciências biológicas pela Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (USP-RP) Glaucya de Figueiredo Mecca, 55, explicou que geralmente as abelhas atacam por se sentirem ameaçadas ou quando ouvem barulhos, vibrações e sentem odores diferentes — algumas vezes, essas abelhas, da espécie apis mellifera, estão mudando de habitat devido à divisão da colônia, o que pode torná-las mais suscetíveis a ataques.
"Ao serem atacadas, as pessoas tentam retirar as abelhas, muitas vezes esmagando e fazendo com que liberem uma substância de defesa que tem, praticamente, a função de chamar ajuda, por isso o ataque massivo", explica a bióloga.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Preto esclarece que o Controle de Zoonoses da cidade é responsável por situações de acidentes que envolvem animais peçonhentos como escorpiões, aranhas e cobras. "Com relação às abelhas, que infelizmente vitimaram o senhor, a pasta informa que havia encaminhado o caso para solução, mas, na manhã desta quarta-feira, o Corpo de Bombeiros retirou os animais do local", afirmou.
O UOL entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Ribeirão, responsável pelo SAMU do município, para verificar a denúncia de que houve demora no atendimento, mas até a publicação desta reportagem, não obteve retorno. O espaço segue aberto para atualização tão logo esclarecimentos sejam prestados.
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