Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) será vendida por US$ 2,2 bilhões
A ArcelorMittal, empresa de siderurgia e mineração, anunciou ao mercado, na manhã desta quinta-feira (28), um acordo para a compra da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), localizada no Ceará, por US$ 2,2 bilhões (em valores atuais, cerca de R$ 11,8 bilhões).
Informa a compradora que o fechamento da transação está sujeito a aprovações corporativas e regulatórias, inclusive aprovação do Cade (Conselho Admistrativo de Defesa Econômica), que deve ocorrer até o fim de 2022.
A Siderúrgica do Pecém é uma das maiores empresas do Ceará e emprega 22 mil pessoas direta e indiretamente.
No comunicado, a ArcelorMittal refere-se à CSP como um grande player global que produz placas de aço de alto nível a preços competitivos.
CSP é a quarta maior siderúrgica do mundo
Joint venture formada pela brasileira Vale (50% de participação) e as sul-coreanas Dongkuk (30%) e Posco (20%), a CSP é a quarta maior siderúrgica do mundo. A companhia ocupa 571 hectares do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). O início das operações da siderúrgica deu-se em 2016. O aporte de US$ 5,4 bilhões para a construção da indústria foi o maior investimento privado da história do Ceará.
Em 2021, as placas de aço produzidas pela CSP representaram 46% da movimentação total de cargas do Porto do Pecém. Ao todo, passaram pelo terminal cearense no ano passado 22,3 milhões de toneladas.
A produção da CSP é exportada para países como Estados Unidos, México, Canadá, Coreia do Sul e Itália.
Conforme a ArcelorMittal, a aquisição traz diversos benefícios estratégicos à companhia. Entre as citadas, estão a "ampliação da posição da empresa na indústria siderúrgica brasileira, que tem potencial de alto crescimento".
De olho no hidrogênio verde
Outro objetivo é capitalizar o significativo investimento planejado de terceiros para formar um hub de eletricidade limpa e de hidrogênio verde em Pecém.
A Arcelormittal almeja ainda adicionar 3 milhões de toneladas de capacidade de produção de placas de alta qualidade e com competitividade em termos de custo, com o potencial de fornecer placas dentro do grupo ou de vender nas Américas do Norte e do Sul.
Posicionamento do CSP
Esta coluna entrou em contato com a CSP, que respondeu somente que "cabe apenas aos acionistas e à parte interessada na compra pronunciarem-se sobre o assunto".
DN
Mauro Benevides - Decoro parlamentar vilipendiado
Tom Barros - A retomada de um sonho tricolor